Depósito é interditado no Recife com fezes de rato e comida estragada

Caminhões de lixo foram enviados para remover centenas de produtos. Multa que será aplicada ao dono da distribuidora pode chegar a R$ 400 mil.

Do G1 PE

Estabelecimento foi interditado por tempo indeterminado e só poderá voltar a funcionar quando for totalmente adequado às condições de higiene exigidas. Empresário também precisa tirar licença da Vigilância Sanitária (Foto: Kety Marinho / TV Globo)Interdição foi por tempo indeterminado e estabelecimento só poderá voltar a funcionar quando atender às exigências da Vigilância Sanitária. Empresário também precisa tirar licença (Foto: Kety Marinho / TV Globo)

Um depósito de alimentos foi interditado na manhã desta terça-feira (27) pela Vigilância Sanitária do Recife no bairro de Casa Amarela, na Zona Norte da capital pernambucana. No local, foram encontradas centenas de produtos em condições impróprias para o consumo, desde sacos de açúcar vencidos até potes de margarina conservados fora da geladeira e pacotes de farinha cheios de larvas. O estabelecimento também não tinha licença para funcionar e o dono foi notificado. A multa pode chegar a R$ 400 mil. A contagem de produtos ainda está sendo feita, mas a quantidade é tão grande que caminhões de lixo foram enviados para remover o material.

“Foram constatadas diversas irregularidades: alimentos vencidos desde 2012, alimentos com tapuru, roídos por ratos dentro do freezer, margarina completamente líquida devido à temperatura, presença de roedores, fezes de ratos. Enfim, as condições higiênico-sanitárias são totalmente precárias e o estabelecimento realmente precisa ser interditado”, ressaltou a gerente da Vigilância Sanitária do Recife, Adeilza Ferraz, que classificou o estabelecimento como “um atentado contra a saúde pública”.

A gerente do órgão municipal ainda ressaltou que o consumo desses produtos pode causar vários danos à saúde humana, “desde infecções tóxico-alimentares, diarreia e vômito até o óbito”. Mesmo assim, o gerente do estabelecimento confirmou que revendia os produtos para mercados menores. Antes disso, os alimentos ficavam no depósito interditado nesta terça, um enorme galpão da Rua Tomé Dias.

Depósito funcionava em imóvel da Rua Tomé Dias, em Casa Amarela: um enorme galpão que não dispunha das condições adequadas para a conservação de alimentos (Foto: Kety Marinho / TV Globo)Depósito funcionava em imóvel da Rua Tomé Dias, em Casa Amarela: um enorme galpão que não dispunha das condições adequadas para a conservação de alimentos (Foto: Kety Marinho / TV Globo)

Sem refrigeração apropriada, as margarinas ficavam em temperatura ambiente empilhadas no chão. Apenas a carne de charque ficava em freezer, mas também estava estragada. Além disso, havia grandes sacos de açúcar, farinha de trigo e sal, além de caixas de leite, latas de ervilha e sardinha. Tudo estragado e rodeado por fezes de ratos. Alguns também tinham larvas. Todos os produtos estão sendo recolhidos pela prefeitura para que sejam destruídos.

O depósito foi desativado por tempo indeterminado e só vai voltar a funcionar quando for totalmente adequado às condições higiênicas exigidas pelos órgãos competentes. “Primeiro ele tem que tirar a licença da Vigilância Sanitária, que não tem e, por isso, funciona clandestinamente. Depois tem que se adequar, do piso ao teto, das paredes à climatização. Este local só vai funcionar quando estiver adequado à venda de alimentos. Hoje, pode vender pneus, bicicletas, mas não alimentos”, pontua Adeilza.

A ação da Vigilância Sanitária foi acompanhada por técnicos do Procon e do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), além de oficiais da Delegacia do Consumidor. Segundo a Vigilância Sanitária, os policiais não descartaram a possibilidade de prender o responsável pelo estabelecimento por causa dos danos causados à saúde pública, mas a pena ainda não foi definida. O certo é que o empresário terá que pagar uma multa que vai de R$ 40 mil a R$ 400 mil.

Segundo Adeilza Ferraz, o depósito foi fiscalizado depois de uma denúncia anônima. Ela pede que, caso alguém conheça outro estabelecimento que funcione dessa maneira, também informe a Vigilância Sanitária das irregularidades. As denúncias podem ser feitas pela ouvidoria do Sistema Único de Saúde (SUS), através do telefone 0800.281.1520.

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