Deputados do PP que apoiarem governo podem ser expulsos

A executiva nacional do PP decidiu na tarde desta sexta-feira (15) oficializar o apoio ao impeachment da presidente Dilma Rousseff e punir os deputados dissidentes que votarem pela permanência da petista ou que faltarem à votação a ser realizada no próximo domingo (17) na Câmara dos Deputados.

A decisão, tomada por aclamação, é uma resposta às articulações de parte dos integrantes da sigla, capitaneados pelos deputados Eduardo da Fonte (PE) e Waldir Maranhão (MA), com o Palácio do Planalto que foram levadas adiante mesmo depois que a bancada da sigla na Câmara decidiu pela orientação a favor do impeachment no início desta semana.

Os dois deputados não participaram da reunião desta tarde e segundo integrantes do partido, as recentes atuações deles junto ao governo foram vistas internamente como “traições graves” e tornaram o clima interno “insustentável” para ambo

“Buscamos a unidade partidária. Por isso consultamos a maioria. Como houve essa maioria, não podíamos aceitar que alguns interesses fisiológicos interferissem na nossa posição”, afirmou o deputado Jerônimo Goergen (RS) após a reunião da executiva.

Segundo o presidente da legenda, senador Ciro Nogueira (PI), a decisão valerá também para os senadores, caso o processo chegue ao Senado, e todos os dissidentes deverão responder a um processo disciplinar no conselho de ética da sigla mas as punições deverão ser analisadas caso a caso, podendo ser pela expulsão da sigla, nos casos mais graves como o citado, ou a dissolução de seus diretórios estaduais.

No domingo, no entanto, dos 46 deputados do partido, seis devem votar pela permanência de Dilma na Presidência. Além de Dudu da Fonte e de Waldir Maranhão, dois parlamentares da Bahia, Ronaldo Carletto e Roberto Britto, devem apoiar o governo. Segundo integrantes do PP, ambos podem sofrer sanções mais brandas porque o partido entende que existem questões regionais que foram levadas em conta na decisão dos deputados.

Já o deputado Cacá Leão, também da Bahia, deve, segundo aliados, votar pelo impeachment da presidente. Até esta sexta, o parlamentar se declarava como indeciso. Seu pai, o vice-governador da Bahia, João Leão, chegou a pedir à Executiva do partido que não fechasse questão pela saída de Dilma porque o governador do Estado Rui Costa, filiado ao PT, ameaçou romper com ele. Mas, diante da decisão majoritária, o deputado resolveu definir seu voto pró-impeachment.

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