Em jantar na casa de Campos, o tucano disse não ver dificuldades em formar palanques duplos com o pernambucano em alguns Estados.
"Temos uma convivência com o PSB em muitos Estados, a começar pelo meu próprio. Em Estados como São Paulo essa parceria é muito sólida. Não vejo dificuldade nenhuma em alguns Estados estarmos juntos no mesmo palanque", afirmou Neves.
"Nunca escondi que gostaria muito de um dia estar construindo uma nova agenda para o Brasil, iniciando um novo ciclo de eficiência na gestão pública, de ética, de transparência e resultados concretos ao lado do governador Eduardo Campos", acrescentou.
Aécio listou aproximações de pensamentos com Campos e criticou o governo Dilma Rousseff. "Há pouca generosidade do governo federal no respeito à Federação. E esse é um discurso que tem unido a mim e o governador Eduardo", afirmou.
Já o pernambucano, ainda na base governista de Dilma Rousseff, se mostrou mais cauteloso e disse que ele e o tucano estão em "campos políticos diferentes". "Não necessariamente a gente tem que concordar sobre tudo ou estar no mesmo espaço político. Acho que a gente pode construir e ajudar a construir no Brasil uma nova prática política."
Apesar de sinalizarem a intenção de se unirem contra a reeleição de Dilma Rousseff no segundo turno, os candidatos esbarram em interessem em comum na primeira fase da campanha. O pernambucano, por exemplo, pretende ganhar o terreno ocupado pelos tucanos entre o empresariado industrial e financeiro. Ainda sem apoio oficial de nenhum partido para 2014, o PSB também quer seduzir o PPS, que nas últimas eleições presidenciais compôs com o PSDB. O mesmo deve acontecer com o PDT, que apesar de integrar a base de apoio ao governo federal, pode estar em outro palanque no ano que vem. Um dos principais nomes do partido, o senador Cristovam Buarque (DF) tem defendido nos bastidores o apoio ao governador de Pernambuco.