Humberto é o mais gastador

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Enquanto o governo discute um limite de gastos públicos, o Senado Federal gasta à vontade com a Cota para Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP), que custeia despesas com material de escritório, telefone, passagens, combustíveis, entre tantas outras. De janeiro a outubro, os 81 senadores pediram ressarcimento de R$ 12,16 milhões – sem contar o salário de R$ 33,7 mil por mês.

Sozinhos, os três senadores eleitos por Pernambuco e um suplente pediram ressarcimento de R$ 541,87 mil. Há uma aparente redução em relação ao ano passado, quando foram ressarcidos R$ 2,19 milhões aos pernambucanos. Permanecendo o ritmo atual de gastos, o valor será menor neste ano – o que ainda é algo bastante elevado.

Ex-líder do governo da ex-presidente Dilma Rousseff, o senador Humberto Costa (PT) é o campeão em pedido de devolução de recursos do chamado Cotão: ele recebeu R$ 219, 21 mil, em 2016, e R$ 830,81, em 2015.

O senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) aparece na segunda colocação. Ele pediu a devolução de R$ 212,64 mil, em 2016, e R$ 714,03 mil, em 2015. Suplemente de Armando Monteiro (PTB), Douglas Cintra (PTB) foi o terceiro em termos de ressarcimento: R$ 74 mil, em 2016, e R$ 608,95 mil, em 2016.

Monteiro, que reassumiu o mandato no decorrer do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, pediu a devolução, por meio do Cotão, de R$ 36,01 mil, em 2016, e nada no ano passado.  Em 2015, o hoje deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB) pediu o ressarcimento de R$ 43,55 mil no mês de janeiro. Em fevereiro, ele assumiu o mandato na Câmara.

Com o chamado cotão, os congressistas não precisam se submeter às regras da Lei de Licitações na hora de comprar, por exemplo, materiais de escritório ou contratar consultoria. O dinheiro é transferido diretamente para a conta do parlamentar como ressarcimento após a apresentação de nota fiscal.

Estendendo a mão – Justifica-se a insistência do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, em aprovar o projeto que altera a lei de repatriação de recursos no exterior. Maia buscava ajudar o ex-deputado Eduardo Cunha, preso pela Operação Lava Jato e com milhões não declarados no exterior. Trata-se de dívida com o ex-presidente da Câmara, após o democrata abandoná-lo. A pressa não surtiu efeito. Os valores atribuídos ao peemedebista e a sua família foram boqueados por decisão judicial, mas nada foi encontrado nas contas. Será que ainda haverá interesse em aprovar a proposta? A conferir.