Caixa dois, por si só, não significa corrupção, diz Gilmar Mendes
O ministro Gilmar Mendes (STF) disse ontem (19) em Brasília, numa coletiva de imprensa, que a prática do “caixa dois” por si só não caracteriza corrupção, provando mais uma vez que gosta de fazer declarações polêmicas.
“O ‘caixa dois’ não revela, de per si, a corrupção. Então, temos de tomar todo esse cuidado”, disse o presidente do TSE ao ser questionado sobre o julgamento da ação que pede a cassação do registro da chapa Dilma Rousseff/Michel Temer.
Para ele, o “caixa dois” convencional é quando uma determinada empresa faz doação a um candidato ou a um partido político e não quer que o seu nome apareça na prestação de contas. Mas pode existir também como fruto de pagamento de propina.
“Misturou-se tanta coisa (no processo eleitoral) que até a doação legal, aquela registrada na Justiça Eleitoral, tem essa contaminação. Então, temos um quadro de grande insegurança e precisamos ter esse mosaico mais ou menos organizado para que se possa saber do que estamos falando. Pois há coisas envolvendo delitos fiscais, eleitorais e criminais”, disse o ministro do STF.
Gilmar admitiu que o julgamento da ação do PSDB que pede a cassação da chapa Dilma/Michel Temer, que disputou a eleição presidencial de 2014, por abuso de poder político e econômico, só deverá entrar em pauta no segundo semestre de 2017.
Inaldo sampaio