MAVIAEL MELO – AS QUEIXAS QUE CABEM NO CARTAZ

charge - acoirda brasil

Compreenderei…

Pra começar eu vou falar do pensamento
De se pensar e não fazer o que pensou
De acordar relendo um tempo que passou
No tiritar de um coração em desalento
São tantas coisas pra falar nesse momento
Tantos descasos que ficaram para trás.
E vale a pena repensar, se nos jornais.
Toda verdade quase sempre é mentira
É feito bala de borracha quando atira
Formando as queixas que não cabem no cartaz

São tantos sonhos derramados na saudade
Impregnada de sabores diferentes
Pelos olhares renitentes dessas gentes
Que buscam só uma vida de verdade
Eu vou falar também da felicidade
Dos desapegos, dos desejos em gerais,
E como um barco que perdido encontra um cais
Pra se atracar nos delírios entre os mares
Vou comentando o que vejo nos lugares
As tantas queixas que não cabem no cartaz

Das injustiças cometidas, dos rompantes,
Entre os silêncios provocados a dizer
Pra conspirar uma mudança e por você
Que sonha e chora o que se sorria antes
No pesadelo de perder-se nos instantes
Acreditando que querendo sempre faz
O que se foi pelo tempo nunca mais
Volta do jeito que antes foi nem recupera
Mudam de cores como muda a primavera
Multiplicando o que não cabe no cartaz.

A violência produzida em gabinete
A caminhada pela busca do querer
Um tempo certo bem melhor pra se viver
Onde a polícia não precise de cacete
Matando a farsa da mentira no porrete
E a confiança voltar conduzindo a paz
Pelos silêncios dos poetas imortais
Quero a verdade entre os atos desse povo
Um tempo justo que se quer um tempo novo
É o desejo expressado no cartaz

É a vontade de um coração plangente
De ser perene entre os cursos do caminho
Falar também do processo em desalinho
E avisar que será bem diferente
Preste atenção no que vem daqui pra frente
Pois nossa linha de conforto não é mais
Desatracou o nosso barco e outro cais
Já nos espera com a bandeira do futuro
Não resta dúvida? Desça logo desse muro
Pra não ser queixa colocada no cartaz.

 

Fonte: Jornal da besta Fubana – www.luizberto.com

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *