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Votação recorde impulsiona João ao governo pernambucano em 2026

Por Houldine Nascimento*

A vitória expressiva de João Campos (PSB) no 1º turno dá um impulso ao prefeito do Recife na corrida eleitoral pelo Governo do Estado em 2026. É a 1ª vez que um candidato na capital pernambucana ultrapassa a barreira dos 700 mil votos –foram 725.721 votos (78,11% dos votos válidos).

Campos é bastante popular nas redes sociais: é disparado o prefeito mais seguido. Só no Instagram, tem 2,6 milhões de seguidores. Mesmo quem não vota ou mora no Recife o chama de “meu prefeito” em publicações do pessebista.

João Campos obteve o apoio de 12 partidos ao todo. Além do PSB, a coligação Frente Popular do Recife é composta pela Federação Brasil da Esperança (PT, PC do B e PV), União Brasil, Republicanos, MDB, Solidariedade, Avante, DC, Agir e PMB.

Depois da vitória, há a expectativa de poder a se formar no entorno de João Campos. Recife é o maior colégio eleitoral dentre as cidades pernambucanas (pouco mais de 1,2 milhão de votantes).

O filho de Eduardo Campos (1965-2014) e bisneto de Miguel Arraes (1916-2005), ex-governadores de Pernambuco, também arrebatou mais da metade dos votos gerais possíveis na cidade. Mesmo alinhado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que é bastante popular no Nordeste, o triunfo de João não está atrelado ao petista, mas à sua gestão no Recife.

O resultado positivo para ele representa, ao mesmo tempo, um revés para a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), que tentará a reeleição provavelmente em uma disputa contra o principal oponente bastante fortalecido.

A chefe do Executivo estadual também está entre os governadores com as piores avaliações no país: é a 3ª com a menor taxa de aprovação, conforme pesquisa AtlasIntel (íntegra – PDF – 13 MB) divulgada em agosto.

Há dificuldades na relação de Raquel com os deputados. Prova disso é que o presidente da Alepe (Assembleia Legislativa de Pernambuco), Álvaro Porto (PSDB) –um correligionário, portanto–, é um desafeto e apoiou João Campos na disputa municipal.

Há dificuldades na relação de Raquel com os deputados. Prova disso é que o presidente da Alepe (Assembleia Legislativa de Pernambuco), Álvaro Porto (PSDB) –um correligionário, portanto–, é um desafeto e apoiou João Campos na disputa municipal.

Na tentativa de desgastar João, Raquel decidiu lançar o então secretário de Turismo, Daniel Coelho (PSD), na corrida eleitoral. Não deu certo: seu aliado terminou em 4º lugar, com uma votação inexpressiva (29.788 votos ou 3,21% dos votos válidos).

Diante desse cenário, Raquel terá aproximadamente 1 ano e 6 meses para fazer uma reavaliação e reverter um quadro bastante desfavorável. É possível até que mude de partido e vá para o PSD, sigla que integra a base do presidente Lula.

Do Poder 360*