AMAZONAS PERDE R$ 1,3 BI COM MORTE DE JOVENS

Renato Araujo/Agencia Brasil:  

As mortes prematuras de jovens por causa da violência custam ao Amazonas R$ 1,3 bilhão por ano, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea); o montante, que equivale a 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual, aponta o Estado como o 17º do País que mais perde com a violência

22 DE JULHO DE 2013 ÀS 09:35

 D24am – As mortes prematuras de jovens por causa da violência custam ao Amazonas R$ 1,3 bilhão por ano, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado neste mês. O montante, que equivale a 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual, aponta o Estado como o 17º do País que mais perde com a violência.

A taxa de vitimização violenta de jovens no Estado conforme o levantamento ‘Custo da Juventude Perdida no Brasil’, foi de 93,9 para cada grupo de 100 mil pessoas na faixa etária de 15 a 29 anos de idade. Homicídios, suicídios, acidentes em transporte, homicídios por arma de fogo e mortes violentas indeterminadas estiveram entre os tipos de crime pesquisados.
Segundo o autor da pesquisa e doutor em economia, Rodrigo Moura, a perda de expectativa de vida e a insegurança em relação aos planos futuros são duas das principais causas da vitimização de jovens.

Moura destaca que, além disso, boa parte dos jovens também cometem crimes. “Boa parte de nossos jovens estão perdidos na criminalidade e por isso deixam de se educar e trabalhar, principalmente em um momento favorável no mercado de trabalho”, afirmou.

Seguindo o cenário nacional, em que os homicídios pioraram tanto em relação a letalidade como à ampliação da juventude das vítimas, os homicídios no Amazonas foram os que apresentaram a maior taxa entre os crimes pesquisados, 61,5 para cada 100 mil jovens.

Em segundo lugar estão os homicídios por armas de fogo, responsáveis por uma ‘evolução gritante’ de 314,7% no País e taxa de 39,5 no Amazonas.

Com taxa de 15,6 para cada 100 mil jovens, os acidentes de transporte como de trânsito, por exemplo, estão em penúltimo lugar, seguidos pelos suicídios, com taxa de 8,8 em relação a amostragem.

Expectativa de vida

Responsáveis pela redução do consumo e da produção dos jovens, as mortes prematuras e violentas reduzem ainda a expectativa de vida dos jovens.

No Amazonas, a redução da expectativa de vida ao nascer dos homens é de 1,29 ano, sendo 0,89 anos devido homicídios; 0,18 anos por acidentes de transporte; 0,11 anos por suicídios e 0,11 por causas indeterminadas.

No caso das mulheres, a redução da expectativa de vida em função da vitimização violenta é de 0,16 ano, destes 0,06 anos por homicídios; 0,06 por acidentes de transporte; 0,03 por suicídios e 0,01 por causas indeterminadas.

Divulgado na quinta-feira passada pelo pelo Centro de Estudos Latino-Americanos (Cebela), o ‘Mapa da Violência 2013: Homicídios e Juventude no Brasil’ reforça a expansão da violência sobre a população jovem.

Conforme o levantamento, em uma década, o número de homicídios entre os jovens do Amazonas cresceu 164,2%. O percentual é maior que a média da Região Norte (121,2%) e está bastante acima da nacional (1,7%).

Baseada em dados do Subsistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde (MS), referentes a brasileiros na faixa etária de 15 a 24 anos, apontam a violência, hoje, como responsável por 63,1% das mortes juvenis no Estado.

Para Rodrigo Moura, o investimento em programas que afastem os jovens da criminalidade, reinserindo-os na escola e no mercado de trabalho, assim como, em programas de prevenção que melhorem a qualidade educacional e aumentem a permanência do jovem na escola são algumas das medidas a serem tomadas para minimizar o problema.

Os dados apontam os Estados de Roraima, Espírito Santo e Paraná como os mais violentos entre as mulheres jovens e, consequentemente, com a maior perda de expectativa de vida ao nascer gerada por mortes violentas no período da juventude.

De acordo com o levantamento, a maior parte dos jovens vitimizados no País são pardos, com quatro a sete anos de estudo e são mortos geralmente nas vias públicas, por armas de fogo, nos períodos onde há mais interação social, como por exemplo, aos finais de semana. Já nos casos relativos a acidentes de trânsito, os jovens brancos e com maior nível de escolaridade encabeçam a lista.

Para o representante da Pastoral de Juventude (PJ) no Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), Edgar Mansur, o distanciamento dos jovens da palavra de Deus e a falta de comprometimento do Poder Público são fatores que contribuem para a incidência de morte entre a juventude. “O Poder Público que deveria prover saúde e educação de qualidade a esse público, prefere fazer a higienização da juventude, ou seja, criam políticas de repressão e esquecem as de prevenção”, afirmou.

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