Eike Batista: da ascensão à queda

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Alvo da Operação Eficiência deflagrada nesta quinta (26), que decretou sua prisão preventiva, Eike Batista é acusado de fazer parte de uma operação de lavagem de dinheiro junto com o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral. Já investigado pela Lava Jato desde 2015, a decadência daquele que já foi um dos homens mais ricos do mundo impressiona.

Segundo a agência financeira Bloomberg, Eike Batista era, em março de 2012, o oitavo homem mais rico do mundo, com um patrimônio estimado em US$ 34,5 bilhões (R$ 78 bilhões em valores atuais). Mineiro de Governador Valadares, Eike Fuhrken Batista ganhou projeção nacional como o empresário que melhor encarnou a euforia internacional com a economia brasileira, uma das menos atingidas pela crise financeira de 2008.

Com um estilo arrojado de fazer negócios e considerado visionário por seus pares, ele aproveitou-se do apetite chinês por commodities e da abundância de matérias-primas no Brasil para vender o otimismo com que investidores de todo o mundo viam o país. O pano de fundo era positivo. O pré-sal havia sido descoberto e milhares de brasileiros ascenderam à classe média.

Ambicioso, Batista apostou alto. Fluente em cinco línguas, o filho de um ex-ministro de Minas e Energia e ex-presidente da Vale durante o governo militar montou um império de empresas em diversos setores, do petróleo ao entretenimento. 

Para concretizar sua ideia, no entanto, o empresário precisava de capital novo. O caminho encontrado foi a abertura de suas empresas na bolsa de valores, por meio de IPO’s (Oferta inicial de ações, na sigla em inglês), realizados entre 2006 e 2010. O ponto alto veio com o início da negociação dos papéis da OGX. Foi o maior IPO da história da Bovespa. Até pouco tempo, a OGX era considerada a principal empresa do conglomerado.

O discurso de Batista também ganhou acolhida entre os bancos, que lhe emprestaram dinheiro. Segundo um relatório divulgado recentemente pelo banco de investimentos americano Merrill Lynch, somente bancos públicos, como o BNDES e a Caixa Econômica Federal, estão expostos em cerca de R$ 4,9 bilhões e R$ 1,4 bilhão, respectivamente, ao conglomerado EBX. Em junho de 2011, ele deu uma entrevista à BBC inglesa em que previa “20 anos de crescimento contínuo para o Brasil”.

Fonte: NE10.