A febre Bolsonaro

A revista Veja desta semana traz uma reportagem, com chamada na capa, sobre o fenômeno Jair Bolsonaro, pré-candidato do PSC à Presidência da República. Traz informações impressionantes do repentino crescimento e da aceitação do nome dele especialmente nas redes sociais. Destaca que no deserto de homens e ideias da política brasileira, Bolsonaro arrasta multidões.

O deputado, capitão de reserva do Exército, dono de frases polêmicas, como “Nós vamos devolver o fuzil para o produtor rural” e “Cartão de visita para o MST é cartucho 762”, cresce pregando o uso da arma e da força para acabar com a bandidagem. Já passou o senador Aécio Neves e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ambos tucanos, nas pesquisas de intenção de voto.

Na semana passada, segundo a revista, Bolsonaro foi recebido como popstar na Paraíba. Trinta minutos antes de iniciar sua palestra em Campina Grande, o auditório já estava lotado. Homem e mulheres jovens entoavam a palavra de ordem “Um, dois, três, quatro, cinco mil, queremos Bolsonaro presidente do Brasil”.

Em cima de um caminhão numa carreata, Bolsonaro acenou para o povo paraibano imitando um fuzil com as mãos, gesto que passou a ser copiado nas ruas e nas redes sociais pelos chamados bolsonaristas, adeptos da candidatura do ultradireita à Presidência da República.

Bolsonaro é uma ameaça real para chegar ao poder num Pais sem líderes, da mesma forma como aconteceu em 1989, quando Collor foi eleito, numa eleição de segundo turno frente a Lula, pregando a tese do fim dos marajás. Deu no que deu. A história todo mundo conhece e não precisa ser contada aqui.

O crescimento de Bolsonaro se dá no território online. Num vídeo em que atacou o PT teve 8,2 milhões de acessos e 963.503 comentários. A título de comparação, o vídeo mais visto de Lula teve a metade dos seus acessos. Os jargões de Bolsonaro viralizam. O mais popular diz respeito também ao enfrentamento da bandidagem: “A cadeia está cheia, mas pior que quem está lá dentro é quem está debaixo da terra”.

É de um político deste que o Brasil está precisando?

Fonte: Magno Martins.