Cervejaria para mascarar caixa dois â chapa Dilma-Temer

Ao detalhar o caixa dois na campanha da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer, o empresário Marcelo Odebrecht afirmou à Justiça Eleitoral que a empreiteira, da qual foi presidente, usou um esquema de terceirizar o repasse de recursos nas eleições de 2014. Segundo o depoimento, prestado na quarta (1), grande parte do que foi repassado pela Odebrecht saiu dos cofres de terceiros, entre eles a cervejaria Itaipava, do grupo Petrópolis.

A declaração do herdeiro da Odebrecht corrobora investigações da Lava Jato e delações de outros executivos do grupo de que a Itaipava foi usada para intermediar dinheiro a partidos políticos.

Uma tabela apreendida pela Polícia Federal lista pagamentos a 19 partidos pelo “parceiro IT” no valor R$ 19,7 milhões. Um esquema envolvendo Odebrecht e Itaipava usando um paraíso fiscal movimentou R$ 117 milhões, de acordo com a investigação.

A campanha de Dilma-Temer em 2014 recebeu R$ 17,5 milhões em doações oficiais diretamente da cervejaria em 2014.

Em depoimento nesta quinta (2), também à Justiça Eleitoral, Benedicto Junior, ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura, afirmou que o esquema era uma espécie de caixa dois “travestido” de caixa um.

Ou seja, a Itaipava foi usada, segundo os depoimentos, para mascarar a doação da empreiteira, que já teria utilizado seu limite.

Fonte: Magno Martins.