Atingidos pela lista no contra-ataque contra Odebrecht

No grupo dos políticos que avaliam que serão atingidos pela nova lista de Janot, cresce um discurso de que a Odebrecht contou a corrupção que usou com os políticos, mas escondeu impostos que teria sonegado por meio do departamento de operações estruturadas.

Temos até agora delações homologadas e que estão em sigilo. Com o fim do segredo, haverá reações dos acusados. Uma delas deverá ser dizer que possuir um banco no exterior e criar um departamento para pagar propina serviam para corromper políticos no Brasil e no estrangeiro, mas também para sonegar impostos nacionais e internacionais _seja realizando manobras contábeis para reduzir o pagamento de tributos em obras, seja pagando bônus a diretores e acionistas no exterior que depois seriam trazidos para o Brasil por meio de repatriação de recursos.

Alguns políticos dizem que a multa de cerca de R$ 12 bilhões, dos quais R$ 7 bilhões só para o Brasil, seria pouco diante do que a Odebrecht pagou de propina e sonegou em impostos aqui e no exterior. Um delator disse que, só em propina, foram pagos US$ 3,4 bilhões de dólares entre 2006 e 2014, o que daria mais de R$ 10 bilhões.

Há políticos afirmando que o Ministério Público e a Justiça deveriam penalizar ainda mais os acionistas e diretores da empresa. Eles se queixam de que os delatores negociaram acordos vantajosos para entregar os políticos e que isso não seria justo. Esse discurso tem sido frequente nos convescotes brasilienses para discutir as reações à Lava Jato.

Fonte: Magno Martins.