Bolsonaro confirma plano terrorista para assassina – lo

Um grupo terrorista situado no Brasil estaria sendo investigado há pelo menos 6 meses pela Polícia Federal por planejar um atentado para matar o presidente Jair Bolsonaro. Além dele, também seriam alvos a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Questionado, o presidente confirmou a investigação contra o grupo.

As informações constam em uma reportagem da Revista Veja, que teve a prévia publicada nesta sexta-feira (19).

De acordo com a revista, a PF está no encalço do grupo terrorista Sociedade Secreta Silvestre (SSS), um braço brasileiro do Individualistas que Tendem ao Selvagem (ITS), grupo internacional denominado ecoextremista e investigado por promover ataques a políticos e executivos em outros países.

A revista diz ter entrevistado um dos líderes do SSS, que se identificou como “Anhangá”. Em um chat na deepweb, uma espécie de área clandestina e irrastreável da internet, o líder teria confirmado à reportagem da Veja que o plano para matar Bolsonaro é real e começou a ser elaborado desde a eleição do presidente, em 2018.

Ele teria afirmado à Veja que o presidente é um “estúpido populista” que “falha com sua segurança” e anda “sem uma proteção adequada”. O motivo do grupo, segundo a Veja, é que Bolsonaro e sua administração têm declarado guerra ao meio ambiente.

Segundo a revista, o atentado só não foi executado no dia da posse devido ao forte esquema de segurança envolvido na cerimônia, e que entre os alvos estavam Bolsonaro, a esposa Michelle, e os filhos do presidente: Carlos, Eduardo, Flávio e Jair Renan.

Apesar da desistência, dias antes da posse, o grupo diz ter realizado uma tentativa de ataque à bomba em uma igreja, distante 50km do Palácio do Planalto, na qual o artefato só não explodiu porque apresentou uma falha no detonador.

SALLES E DAMARES NA MIRA

O SSS também teria revelado à Veja que foi o autor de um ataque a um posto do Ibama, em Brasília, quando duas viaturas do órgão foram incendiadas em abril deste ano. Na ocasião, segundo o líder do grupo, mensagens contra Salles foram pichadas. “Anhangá”, ainda segundo a Veja, teria chamado o ministro do Meio Ambiente de “cínico” e classificado sua nomeação como a de um “lobo cuidando de um galinheiro”.

Damares também estaria na mira do SSS, de acordo com a reportagem. A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, na avaliação do líder, “é a cristã branca evangelizadora que prega o progresso e condena toda a ancestralidade”, o que iria contra o que o eco-extremismo prega.

INQUÉRITO DA PF

Os grupo de terroristas brasileiros, segundo a Veja, é monitorado pelas autoridades. Intitulado “Informações sobre Sociedade Secreta Silvestre”, um relatório obtido pela Veja e elaborado pela Diretoria de Inteligência da PF aponta que, em 2017, o grupo foi responsável por deixar uma bomba na rodoviária de Brasília.

Desde dezembro, o caso tem ficado sob tutela dos melhores investigadores antiterroristas do governo. O relatório, segundo a Veja, aponta ainda que o SSS segue praticando atos criminosos com “extrema gravidade” e mostrando “profusão de ideias violentas e extremistas, além de divulgar ameaças contra a vida do Bolsonaro”.

BOLSONARO CONFIRMA INQUÉRITO

Questionado, Bolsonaro confirmou na manhã desta sexta-feira (19) que o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência já tinha conhecimento da investigação sobre um grupo.

Ao ser perguntado sobre o caso no final de um café da manhã com jornalistas de agências internacionais, no Palácio do Planalto, Bolsonaro confirmou que havia lido a reportagem naquela manhã. “Eu li e encaminhei, o GSI já tinha conhecimento”, disse.

“O risco de atentado a mim ou a qualquer líder mundial sempre vai existir”, afirmou, segundo a Reuters.