Compesa faz empréstimo de R$ 1 bilhão e 100 milhões visando eliminar rodízio de abastecimento d’água
A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) contratou um empréstimo de R$ 1,1 bilhão junto ao NDB, o Banco do Brics, para investir no sistema de abastecimento d’água e esgotamento sanitário. O ato aconteceu no Palácio do Campo das Princesas, nesta segunda-feira (29).
A governadora Raquel Lyra exaltou o fato de ser a primeira vez que a Compesa faz uma operação de crédito nesse montante. A companhia, inclusive, completa hoje 53 anos em atividade.
Segundo o governo, o empréstimo irá viabilizar obras nos próximos cinco anos com a eliminação ou redução do rodízio na distribuição de água em diversos municípios, e também com a expansão dos serviços de esgotamento sanitário.
Os recursos serão aplicados em várias regiões de Pernambuco com o objetivo de eliminar os rodízios de abastecimento, ampliar o calendário de oferta e cumprir a meta do Marco Legal do Saneamento. De acordo com a Lei Federal que instituiu o Marco, há quatro anos, todas as companhias de abastecimento e saneamento do País devem garantir o fornecimento de água a 99% dos imóveis e 90% de esgoto, até 2033.
A meta é beneficiar mais de dois milhões de pernambucanos. Por isso, é necessário a Compesa buscar recursos a fim de agilizar o cumprimento da meta. O empréstimo de R$ 1,1 bilhão tem prazo de pagamento de 5 anos e amortização em 70 meses.
Ainda na ocasião, a governadora anunciou que será publicado no Diário Oficial do Estado um crédito de R$ 193,9 milhões em favor da Secretaria de Recursos Hídricos e Saneamento, contrapartida do empréstimo do NDB oriundo de recursos do Governo de Pernambuco.
Raquel Lyra ressaltou a importância dessa conquista, disse que os investimentos em água “estavam adormecidos” e que deseja “transformar a Compesa na empresa mais elogiada de Pernambuco”. Também agradeceu à presidente do Brics, Dilma Rousseff, pela parceria.
A governadora disse que Pernambuco é um estado com muita escassez hídrica e é objetivo da sua gestão tirá-lo “do mapa da sede e que as pessoas tenham acesso à água”.
“Vamos trabalhar para concluir as adutoras e permitir que a água chegue às estações de tratamento e às casas dos pernambucanos”, acrescentou.
De acordo com Raquel, esse empréstimo de R$ 1, 1 bilhão se somará aos R$ 600 milhões do PAC Seleções que serão liberados pelo Governo Federal.
O presidente da Compesa, Alex Campos, destacou a importância desse primeiro empréstimo que, segundo ele, é o maior que uma companhia do setor já fez. Isso foi possível, como disse Campos, por conta da capacidade de elaborar projetos e da “intervenção fundamental” da governadora Raquel Lyra.
“A Compesa reúne fôlego para por em prática os projetos. Hoje é um divisor de águas para a Compesa e o Governo. A Companhia estava endividada, estava sucateada, contratos deficitários, obras de infraestrutura paralisadas e nove mil vazamentos na Região Metropolitana. Mudamos os contratos, não existem vazamentos e equilibramos as contas. Estamos em condições de iniciar essa jornada”, salientou Alex Campos. O presidente da Compesa disse que está previsto um investimento de R$ 4 bilhões nos próximos três anos.
Representante do NDB, Raíza Leão ressaltou a parceria com a Compesa num contrato que é o maior do País, que tem o objetivo de garantir condições mais dignas à população.
Formação de mulheres encanadoras
Segundo o governo, no evento, a governadora Raquel Lyra também oficializou a formação de um grupo de 12 mulheres residentes em Olinda para atuar no mercado de trabalho, realizando atividades em serviços de manutenção e instalação hidráulicas. As alunas integram a turma do Curso de Encanadora promovido pela Compesa em parceria com a Prefeitura de Olinda, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (SDSDH) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
Concurso educativo
De acordo com a gestão estadual, na ocasião, também foram anunciados os ganhadores do concurso “Desafio Educativo Socioambiental”, realizado pela Compesa em parceria com a Secretaria de Educação e Esportes (SEE), com premiação para professores e alunos das escolas da rede estadual de ensino.
Investimento federal para Ramal do Agreste
Nesta segunda-feira (29), o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) anunciou que assinou uma ordem de serviço no valor de R$ 23 milhões para manter a operação do Ramal do Agreste, na região interiorana de Pernambuco.
Segundo o órgão ministerial, a obra é integrada ao Eixo Leste do Projeto de Integração do Rio São Francisco, o sistema adutor Ramal do Agreste beneficia uma população de mais de 2,2 milhões de habitantes de 71 cidades pernambucanas, garantindo melhor oferta hídrica e promovendo o desenvolvimento do Agreste pernambucano.
Ainda de acordo com a pasta, o empreendimento de infraestrutura hídrica capta água na barragem Barro Branco, em Sertânia (PE), com deságue no reservatório Ipojuca, em Arcoverde (PE). O Ramal está interligado à Adutora do Agreste Pernambucano – sob a responsabilidade do governo do estado –, mas conta com apoio financeiro da União. Juntos, os dois empreendimentos garantirão o abastecimento regular da região com as águas da Transposição do São Francisco.
“Desde quando planejou a Transposição do Rio São Francisco, o presidente Lula já mostrava sua preocupação em levar água de qualidade e em quantidade para o povo brasileiro mais carente de água potável, que fica no semiárido nordestino. Agora, em seu terceiro mandato como presidente, ele repete em conversas com o ministro Waldez Góes da Integração e do Desenvolvimento Regional), e com o secretário Nacional de Segurança Hídrica, Giuseppe Vieira, que levar água a quem mais precisa segue sendo prioridade”, destacou o diretor de Obras Estratégicas do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), Bruno Cravo.