Em alta, Eduardo só tem uma saida: ser candidato

Portal 247

Governador mais bem avaliado do País, com 58% de ótimo e bom em levantamento feito pela CNI, Eduardo Campos (PSB) mostra força no momento em que maioria dos políticos está em baixa. segundo mandato em Pernambuco é marcado por realizações.

Presidente do PSB, ele faz mudanças nos comandos partidários para montar palanques estaduais para 2014. Discreto, mas atuante, experiente sem deixar de ser uma renovação na politica nacional, confirmação de sua candidatura é mais uma questão de tempo 

Nada melhor para um político do que estar em alta quando a maioria à sua volta sofre de baixa popularidade. Nessas condições, ele se distingue e aumenta seu próprio cacife para experimentar voos maiores. É o que está acontecendo neste momento com o governador em segundo mandato de Pernambuco, Eduardo Campos.

Na esteira das manifestações estudantis que varreram o País no mês passado, quando a classe política foi rechaçada como um todo, ele saboreia uma pequisa da Confederação Nacional da Indústria/Ibope na qual emerge como o governador mais popular entre 11 chefes de Executivo dos Estados mais populosos.

Com um índice de 59% de conceitos ótimo e bom, Campos, que também é presidente do PSB, vai encontrando, com números desse porte, as condições naturais para seguir sua trajetória. Ele foi reeleito em primeiro turno, em 2010, com 82% dos votos.

Agora, começa a deixar a discrição de lado para preparar seu voo presidencial para 2014. Campos não tem outra alternativa. É o que seu partido deseja, contando com ele como puxador nacional de votos.

É o que ele parece estar em ótimas condições para realizar, exatamente por apresentar diferenças em relação aos demais presidenciáveis: fala pouco, o que o protege de errar muito, está numa legenda considerada de esquerda, que o blinda da pecha de conservador, tem um passado limpo e uma obra para mostrar.

De quebra, é neto de um político mítico, Miguel Arraes. Não é pouco.  Sem escândalos para explicar e com realizações que se refletem na economia de Pernambuco, a de maior expansão entre os Estados do Nordeste nos últimos anos, Campos pode exibir como sua a espetacular ampliação do Complexo Portuário de Suape — hoje com 105 empresas instaladas em 13,5 hectares de área — e extrair dividendos de ações de resultado contra a histórica seca de sua região.

Campos tem como uma das principais realizações a interiorização dos investimentos, o que tem causado um impacto significativo no crescimento econômico do Estado.

Dados da Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas dePernambuco (Condepe/Fidem) apontaram que o Produto Interno Bruto (PIB) estadual cravou R$ 115 bilhões em 2012, alta de 2,3% em relação ao ano anterior, enquanto que o PIB nacional cresceu 0,9%.

Outros dados recentes também mostram o planejamento do governador também em relação a áreas que demandam investimentos cujos resultados são sentidos a longo prazo, mas já causam efeito.

Campos tem como um dos principais programas da sua gestão o Pacto Pela Vida, que visa reduzir a criminalidade do estado, e, novamente, os dados mostram eficiência. 

Conforme levantamento da Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (Cabela) e divulgado no Mapa da Violência 2013, na semana passada, em 2001, Pernambuco tinha uma taxa de 58,7 homicídios para cada 100 mil habitantes, a maior do Brasil. Em 2011, a taxa caiu para 39/100 mil hab., um declínio de 39%.

PALANQUES – Com essa bagagem, o governador já começa a se movimentar com mais ênfase na montagem de palanques para sua candidatura nos Estados estratégicos.

Em Minas, ele acabou de pilotar a substituição do comando local da legenda de modo a aumentar a segurança do prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, em concorrer ao governo.

Em São Paulo, onde ainda é considerado pouco conhecido, aumenta o número de visitas e firma uma aliança com a central Força Sindical, que tem boa estrutura e a marca de ser uma entidade anti-PT.

No início do ano, muitos petistas se irritaram com algumas críticas de Campos ao governo da presidente Dilma Rousseff, procurando enquadrá-lo. Aliado de primeira hora do ex-presidente Lula, Campos não se dobrou às pressões, mas recuou seu time, fugindo das primeiras páginas do noticiário político.

Daqui para a frente, porém, dadas as novas condições – da rejeição ao PT nas manifestações de rua ao apoio que ele próprio recebeu na pesquisa da CNI –, se verá um Campos mais crítico, posicionando-se mais pontualmente sobre os grandes temas nacionais

A alta aprovação de suas duas gestões também conferem a Campos uma nova autoridade em suas costumeiras conversas com o tucano Aécio Neves, presidente do PSB. Com ele, poderá fechar um acordo de não agressão para a disputa em primeiro turno, em troca de uma aliança aberta na hipótese de um deles alcançar o segundo turno.

Ambos, nesse caso, seriam parceiros de primeira hora nas críticas ao governo do PT. Uma tarefa que, para Campos será tanto mais fácil se se confirmar a ausência do ex-presidente Lula na disputa.

A queda de Dilma nas pesquisas também tem influenciado a mudança de postura de parte da ala contrária à postulação presidencial, o que inclui governadores como Ricardo Coutinho (PB) e Renato Casagrande (ES).

A exceção fica por conta do governador do Ceará, Cid Gomes, e do irmão Ciro Gomes, que defendem abertamente o apoio à reeleição da presidente Dilma.

O governador, afinal, sempre deixou claro que sua lealdade ao ex-presidente não se transformou em apoio irrevogável à presidente Dilma. Para enfrentá-la, o governador estará, como se diz, a cavaleiro.

  Escrito por Magno Martins,

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