Jovem é preso suspeito de abusar de três crianças em Noronha

Abuso sexual infantil é um crime recorrente entre os moradores da ilha, de acordo com o delegado local

Um jovem de 20 anos foi preso suspeito de abusar de três menores de idade em Fernando de Noronha. Ele foi encontrado nesse domingo (24) em um matagal da ilha por agentes da Polícia Civil de Pernambuco após ser expedido mandado de prisão preventiva por estupro de vulnerável.
De acordo com o delegado local, Marcelo Barros, as investigações do caso começaram em abril de 2017, a partir de denúncia anônima feita por uma conselheira. O suspeito é meio-irmão das vítimas e há mais de um ano estava proibido de se aproximar da casa onde morava junto a elas.
“Verificamos que realmente tinha fundamento a suspeita. Ele tinha abusado das irmãs e estava começando a praticar atos libidinosos com o irmão, que tem cerca de cinco anos”, conta o delegado. As buscas pelo rapaz duraram dois dias em virtude de ele estar escondido na vegetação. Ao ser localizado, não ofereceu resistência. “É uma pessoa extremamente calma. Ninguém poderia imaginar que teria o perfil desse crime. Mas as provas do inquérito são bastante robustas”, prossegue.
O suspeito pernoitou na delegacia de Noronha, localizada na Vila dos Trinta, e chegou nesta segunda-feira (25) ao continente, sendo levado para o Centro de Triagem de Abreu e Lima (Cotel), na Região Metropolitana do Recife, onde aguarda julgamento.
Paraíso imperfeito
A ilha, conhecida pelo seu potencial turístico, registra inúmeros casos de abuso sexual infantil de acordo com o delegado Marcelo. “É um problema muito sério entre os moradores. Além dessa prisão, este mês recebi duas outras denúncias semelhantes. Considerando o tamanho da população daqui (menos de 3 mil habitantes), é algo muito alto”, lamenta. Outro crime recorrente entre os habitantes do arquipélago é o de violência contra a mulher. “Tem uma incidência muito grande de (lei) Maria da Penha. É difícil lembrar um mês que não fiz (registro)”, diz.
Quando envolvem turistas, os registros policiais mais frequentes são de furto e problemas de consumidor – como pousadas inexistentes ou que não são exatamente o que prometem na internet.