Instituto Conceição Moura promove mais uma edição do Residência BeloJardim

O projeto de residências artísticas é voltado para o desenvolvimento do circuito de artes no município

Belo Jardim, na região Agreste de Pernambuco, estabelece mais uma vez, seu papel de protagonista no calendário artístico e cultural nordestino por meio de incentivos do Instituto Conceição Moura. O Instituto, com o patrocínio do Grupo Moura e Ministério do Turismo, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, realiza mais uma edição da Residência Belojardim, projeto voltado ao desenvolvimento do circuito de artes na cidade, entre setembro e dezembro de 2021. Com curadoria de Cristiana Tejo e Kiki Mazzucchelli, a residência já apresentou trabalhos de artistas como Marcelo Silveira (2017) e Carlos Mélo (2018).

O programa, estruturado a partir de uma experiência in loco no município de Belo Jardim é focado no envolvimento entre artistas e comunidade, na descentralização da arte contemporânea, além da ampliação do debate sociocultural, especialmente acerca dos significados e ressignificados do Nordeste e seu legado artístico.

Após um hiato de dois anos, a Residência volta em 2021 em formato digital devido às restrições sanitárias impostas pela pandemia do COVID-19. A artista residente da edição é Camila Sposati realiza o projeto Corpos de Phonosophia. Desde 2015, Sposati vem desenvolvendo a série de trabalhos intitulada Phonosophia, composta por objetos confeccionados em argila cujas formas remetem simultaneamente a instrumentos musicais milenares (percussão, trompete, corneta) e aos órgãos internos do corpo humano ligados ao tato e à audição. As diferentes interações de Phonosophia no Brasil e no exterior incluíram experimentos de ativação sonora dessas esculturas/ instrumentos realizados por músicos convidados pela artista.

O foco de interesse do projeto é explorar a fundo a relação das peças criadas com os corpos-sujeitos que as criam, a fim de investigar seu potencial como mediadoras entre as diferentes subjetividades e o mundo. Durante o período da Residência, o desenvolvimento desses encontros poderá ser acompanhado por meio de publicações no site do projeto, bem como nas redes sociais da Residência Belojardim.

Além disso, a Residência contempla uma série de Programas Públicos online e abertos, com participação de profissionais de diferentes áreas convidados a discutir os distintos aspectos de Corpos de Phonosophia. Os Programas Públicos são voltados a pessoas que buscam aprofundamento em algumas das principais ideias mobilizadas no projeto de Camila Sposati.

A Residência oferece, ainda, um Programa Educativo que explora alguns dos conceitos fundamentais que atravessam a Residência Belojardim, voltado para professores do ensino fundamental e médio concebido e ministrado por Cristiana Tejo e Kiki Mazzucchelli.

SOBRE CAMILA SPOSATI
Camila Sposati (São Paulo, 1972) vive e trabalha entre São Paulo e Viena. Desde 2015, desenvolve o projeto Phonosophia, desdobramento do Teatro Anatômico da Terra (2014), obra comissionada pela Bienal da Bahia, que consistiu na construção de uma estrutura circular e subterrânea baseada no Teatro Anatômico de Pádua (séc. XVI), um dos primeiros teatros especialmente construídos para a observação da dissecação de corpos humanos. As diferentes iterações de Phonosophia envolveram a confecção de esculturas/ instrumentos musicais em argila, desenhos e performances.

A pesquisa de Camila Sposati a levou para a Amazônia e para o sertão do Nordeste, e, no exterior, para países como Turcomenistão, Uzbequistão, Reino Unido, França, Holanda e Japão. Em seus projetos, teve apoio de órgãos nacionais, como o do Ministério da Cultura, e de instituições diversas: Goldsmiths College (Londres), Instituto Goethe, Prefeitura de Paris, British Council, University College (Londres), Arts Catalyst (Londres), Tokyo Wonder Site e Centro Cultural Montehermoso Kulturunea (Vitoria-Gasteiz, Espanha). Suas obras foram expostas em diversos espaços culturais, entre eles: Vila Itororó Canteiro Aberto (São Paulo); Goethe na Vila (São Paulo, 2018); BAK – basis voor actuele kunst (Utrecht, Países Baixos, 2017); Instituto Tomie Ohtake (São Paulo, 2013, 2017); 10ª Bienal do Mercosul (Porto Alegre, 2015); Centro Cultural Banco do Brasil (Rio de Janeiro, 2015); 3ª Bienal da Bahia (Salvador, 2014); Eleven Rivington Gallery (Nova York, 2013); HICA – The Highland Institute for Contemporary Art (Inverness, Escócia, 2012); Centro Cultural Montehermoso Kulturunea (Vitoria-Gasteiz, Espanha, 2012); Musée de la Chasse et de la Nature (Paris, 2012); Tabakalera – International Centre for Comtemporary Culture (San Sebastián, Espanha, 2020); e Kunsthalle Wien Museumsquartier (Viena, 2020). Camila Sposati é representada pela galeria Georg Kargl em Viena, Áustria.

CALENDÁRIO

PROGRAMAS PÚBLICOS
YOUTUBE INSTITUTO CONCEIÇÃO MOURA
https://www.youtube.com/c/InstitutoConcei%C3%A7%C3%A3oMoura/videos

30 DE SETEMBRO ÀS 17H (LIVE NO INSTAGRAM @residenciabelojardim):
APRESENTAÇÃO DE CORPOS DE PHONOSOPHIA (CAMILA SPOSATI, CRISTIANA TEJO, KIKI MAZZUCCHELLI)

2 DE OUTUBRO ÀS 11H
“CORPO E/ OU OBJETO: UMA QUESTÃO DE TEMPO”, COM FABIANA DULTRA BRITTO

Fabiana Dultra Britto – Profª Titular da Escola de Dança da Escola de Dança da Universidade Federal da Bahia, Pró-Reitora de Extensão Universitária da UFBA. Graduada em Licenciatura em Dança pela Universidade Federal da Bahia (1987), mestre em Artes pela Universidade de São Paulo (1993), doutora em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2002), pós-doutora em Arte Pública. Foi coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Dança da Universidade Federal da Bahia e lidera o grupo de pesquisa Laboratório Coadaptativo LabZat. Integra o Laboratório Urbano (PPGAU/UFBA) coordenando a Linha de Pesquisa “Estética, corpo e cidade”. É coordenadora geral da Plataforma Corpocidade. Atua na área de Artes/Dança, com ênfase em Teoria, História e Crítica. Dedica-se à pesquisa dos temas relacionados com processos coevolutivos entre corpo, dança e contexto (coplasticidade e corpografia); experiências interdisciplinares de composição artística e pesquisa acadêmica em dança; memória, registro, documentação e catalogação de dança.

16 DE OUTUBRO ÀS 11H
“TEATRO EXPANDIDO”, COM ANTONIO ARAÚJO

Antonio Araújo – Diretor artístico do Teatro da Vertigem e professor no Departamento de Artes Cênicas e no Programa de Pós-Graduação (PPGAC) da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Encenou os seguintes espetáculos: O Paraíso Perdido (1992); O Livro de Jó (1995); Apocalipse 1,11 (2000); BR-3 (2006); História de Amor: últimos capítulos (2007); a ópera Dido e Enéas (2008); Bom Retiro 958 Metros (2012), a ópera Orfeo e Euridice (2012), Dire Ce Qu’on ne Pense pas Dans des Langues Qu’on ne Parle Pas (2014); Patronato 999 Metros (2015), entre outros. Ganhador do prêmio Golden Medal (Medalha de Ouro) de Melhor Espetáculo para a peça BR-3 na Quadrienal de Praga 2011. Foi co-curador do Próximo Ato – Encontro Internacional de Teatro Contemporâneo; do Rumos Teatro e do Encontro Mundial de Artes Cênicas (ECUM). É co-criador e Diretor Artístico da Mostra Internacional de Teatro de São Paulo (MITsp).

30 DE OUTUBRO ÀS 11H
CORPO, TERRA E TRANSGRESSÃO ENTRE NORDESTES, COM KACIANO GADELHA

Kaciano Gadelha é sociólogo, pesquisador e curador em arte contemporânea. É professor adjunto de Sociologia na Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi-FURG). Doutor em sociologia pela Freie Universität Berlin (2014) com estágio pós-doutoral PNPD/CAPES no Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade Federal do Ceará (2015-2018). Pesquisador colaborador do Núcleo de Estudos em Corpos, Gêneros e Sexualidades, NUSEX, Museu Nacional/UFRJ. Integrou a equipe curatorial das seguintes exposições: What is Queer Today is not Queer Tomorrow (2014), coletivo (heidy), na Neue Gesellschaft für Bildende Kunst, em Berlim, Alemanha; Exposição Fórum Arte Descolonial (2017), Sobrado Dr. José Lourenço, Fortaleza, Brasil e Mapas de um mundo ausente (2018), Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará (MAUC), Fortaleza, Brasil. Participou da Transmediale – Festival for Art and Digital Culture na Haus der Kulturen der Welt, em 2014, em Berlim. Foi bolsista do International Research Training Group Between Spaces Movements, Actors and Representations of Globalisation no Instituto de Estudos Latino-Americanos (LAI) da Freie Universität Berlin (2010-2013) e doutorando visitante no Institute of Latin American Studies na Columbia University, Nova Iorque, em 2012, através de intercâmbio entre a Freie Universität Berlin e a Columbia University. Realizou estadia de pesquisa no Programa Universitario de Estudios de Género na Universidade Nacional Autônoma do México (PUEG-Unam) Suas áreas de pesquisa abordam as relações entre raça, gênero e sexualidade, arte contemporânea, estudos decoloniais, estudos da performance e teorias queer/cuir.

6 DE NOVEMBRO ÀS 11H
“CORPO ALÉM DO FÍSICO”, COM LEDA MARIA MARTINS
Leda Maria Martins – Poeta, ensaísta e dramaturga. Doutora em Letras-Literatura Comparada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG, 1991), tem Mestrado em Artes pela Indiana University (USA, 1981). Possui Pós-doutorados em Estudos da Performance pela New York University, Tisch School of the Arts, Department of Performance Studies, (1999-2000 e 2009). Leda conquistou mais um título de pós-doutorado, em Rito e Performance, na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO, 1999). Na atuação como professora, é visitante da New York University, Department of Performance Studies (2009-2010), e foi docente dos cursos de Letras e de Artes Cênicas da UFMG, entre os anos de 1993 até 2018. Também foi diretora de Ação Cultural da UFMG entre março de 2014 e março de 2018. Autora de vários ensaios e capítulos de livros, muitos publicados no exterior, ela possui relevante produção nos campos do teatro e performance. Na lista de títulos publicados, estão: A cena em sombras e Afrografias da memória. Desde maio de 2018, está aposentada pela UFMG.

13 DE NOVEMBRO ÀS 11H
JULIETA GONZÁLEZ

Curadora e pesquisadora independente, seus projetos têm como foco a intersecção entre a antropologia, a cibernética, a arquitetura, o design e as artes visuais. Realizou inúmeros projetos de exposição e pesquisa que abordam ideias em torno da noção de subdesenvolvimento e estética decolonial na América Latina. Trabalhou como curadora em diversas instituições internacionais, incluindo Tate Modern (Londres), Museo Tamayo (Cidade do México), Bronx Museum of the Arts (Nova York) e MASP – Museu de Arte de São Paulo.

27 DE NOVEMBRO ÀS 11H
ENCERRAMENTO DE CORPOS DE PHONOSOPHIA (CAMILA SPOSATI, CRISTIANA TEJO, KIKI MAZZUCCHELLI, RUDÁ CABRAL)