Subiu para 33, hoje, o número de cidades afetadas pelas fortes chuvas que atingem diversas regiões de Pernambuco, desde a última sexta-feira (01.07.22)). De acordo com o secretário executivo da Defesa Civil de Pernambuco, tenente-coronel Leonardo Rodrigues, 9.731 pessoas tiveram que deixar suas casas por causa do temporal. As informações são do G1/PE.

Dois homens levados pela correnteza continuavam desaparecidos e eram procurados pelo Corpo de Bombeiros. Na cidade de Iati, no Agreste pernambucano, um agricultor de 64 anos morreu ao tentar desentupir bueiros, no último domingo.

Um deles é José Roberto da Silva, que saiu de casa no sábado (02.07.22)) para olhar como estava a enchente e caiu de uma ponte em Catende, segundo a prefeitura. Hoje, as equipes aguardavam o tempo melhorar para retomar as buscas por eles.

O segundo desaparecido é o auxiliar de serviços gerais Alex Fernando da Silva, de 20 anos, que foi arrastado pela correnteza em Jaqueira, no domingo (3). Segundo a prefeitura, Alex teria tomado um choque em um poste ao atravessar a ponte, o que fez com que ele perdesse o equilíbrio e caísse.

O momento em que ele é levado pelo alagamento foi registrado por uma câmera de segurança. As chuvas, nesta terça, também dificultavam as buscas pelo auxiliar.

Situação de emergência

Segundo secretário executivo da Defesa Civil, do total de cidades afetadas pelas chuvas, 22 enviaram ao governo decretos pedindo o reconhecimento de situação de emergência nas localidades. A lista de municípios, no entanto, não foi divulgada até a última atualização desta reportagem.

“O número atual de pessoas desabrigadas é de 1.413, e de pessoas desalojadas, 8.318. Esse número é dinâmico, pode ser atualizado durante o dia, e também pode ser diminuído, a depender da evolução desse desastre”, afirmou o secretário.

De acordo com o monitoramento da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), entre ontem e hoje, o local em que mais choveu foi Cortês, na Zona da Mata Sul, com mais de 60 milímetros. Em seguida vem Bonito, no Agreste, com 56 milímetros.

O secretário afirmou que a previsão é de que a intensidade das chuvas diminua consideravelmente. “A tendência é de que as chuvas diminuam e que as pessoas que estão fora de suas residências retornem para fazer a limpeza e, aí, com as condições de segurança permitindo, eles voltem a suas residências”, afirmou.

Leonardo Rodrigues também afirmou que julho é, historicamente, o mês que mais chove durante o ano. E a Zona da Mata Sul, geralmente, é a região onde mais chove no estado. Em 2010, uma forte enchente na bacia do Rio Una deixou 20 mortos e pelo menos 82 mil pessoas fora de casa.

“Mesmo a Apac informando que a chuva vai ser fraca, qualquer precipitação pode trazer esse cenário que a gente está vendo, porque existem hoje 25 reservatórios acima de sua capacidade. A água não vai ser contida em alguns reservatórios, vai passar pelo rio, procurar seu destino final e, por onde ela passa, pode deixar um rastro de destruição”, afirmou o secretário Leonardo Rodrigues.

Previsão

As chuvas devem continuar, mas com intensidade fraca, ao longo de toda a semana, na Zona da Mata, Agreste e Grande Recife, segundo a Apac.

“O sistema que estava atuando para provocar as chuvas, que pegou a Mata Sul no final de semana, ele enfraqueceu. Teve seu ciclo encerrado. Agora, vai dar uma parada nas chuvas, vai ficar algumas chuvas isoladas, pancadas, céu parcialmente nublado”, explicou o meteorologista Patrice Oliveira.

Atualmente, a situação nessas três regiões do estado é de observação, explicou Oliveira. “Tivemos chuvas sequenciais que já ocorreram nessa região. Apesar de chover pouco, o solo já está muito saturado, os rios já estão em nível de atenção. Por isso, as pessoas devem ter cuidado”, disse.

g1