Mulheres fingem o próprio sequestro, mandam fotos de uma delas ferida e tentam extorquir R$ 50 mil de mãe aposentada

Duas mulheres foram presas em flagrante após simularem o próprio sequestro e tentarem extorquir a mãe de uma delas. De acordo com a Polícia Civil, as mulheres fingiram estar num cativeiro para tentar convencer a mãe de uma delas, uma professora aposentada, a transferir R$ 50 mil.

A dupla foi apreendida por policiais civis do Grupo de Operações Especiais (GOE), que investigava o caso sem saber que se tratava de uma fraude.

A prisão aconteceu no sábado (17) e os detalhes da operação foram repassados nesta terça-feira (20), na sede da Polícia Civil, no Centro do Recife.

O delegado Jorge Pinto, subchefe do GOE e responsável pela investigação, contou que a mãe de uma das falsas vítimas procurou a corporação para denunciar que a filha havia sido sequestrada na noite da sexta-feira (16), no município de Abreu e Lima, no Grande Recife.

Imagens enviadas para o WhatsApp da professora aposentada, na manhã do sábado (17), mostravam a filha dela com diversas feridas espalhados pelo corpo. Os cortes, segundo a polícia, foram feitos pelas próprias criminosas com um estilete.

“Não era uma situação usual pela extensão das feridas. No decorrer da investigação nós conseguimos identificar que um dos terminais [números telefônicos] utilizados para contato vinham da própria filha”, apontou o delegado Jorge Pinto.

Ainda na tarde do sábado, as duas mulheres retornaram à casa da professora aposentada afirmando que os sequestradores estavam a aguardavam do lado de fora para pagar o resgate.

“A gente estava se deslocando para apurar o possível local de cativeiro quando a mãe ligou avisando que ela tinha acabado de desembarcar. A gente não tinha conhecimento se a versão apresentada por ela era falsa ou não. A gente realizou a abordagem de todo mundo e conseguiu verificar que a situação não procedia, era de fato uma extorsão contra a família”, detalhou Jorge Pinto.

Para retornar à casa da professora, no bairro de San Martin, na Zona Oeste da capital, as mulheres contrataram o serviço de uma kombi, na cidade de Paulista, no Grande Recife. No caminho, elas teriam realizado novos cortes dentro do carro para impactar a professora.

Ao serem abordadas pelos policiais, a dupla indicou que os dois kombeiros que as levaram para casa seriam sequestradores.

“Elas tiveram a ideia de procurar uma kombi que as deixassem na casa da mãe e lá elas tentariam convencer [a aposentada], já que uma delas estava com o corpo todo perfurado de estilete. Ambos os kombeiros ficaram assustados quando perceberam que elas estavam literalmente se mutilando no interior da van”, disse o delegado do GOE.

Ainda de acordo com o delegado Jorge Pinto, a filha da professora, que feriu o próprio corpo, responde por tráfico de drogas no estado do Paraná e estava em liberdade provisória. Em audiência de custódia, a Justiça decretou a manutenção da prisão dela. A outra mulher foi liberada. G1