COMPESA PODERÁ USAR TECNOLOGIA JAPONESA EM PROCESSO DE DESSALINIZAÇÃO DE ÁGUA

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O processo de dessalinização da água do mar realizado hoje pela Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) poderá ser aperfeiçoado a partir do uso de tecnologia japonesa. A possibilidade deverá ser estudada pela companhia em parceria com professores da Universidade de Tóquio, no Japão. As soluções utilizadas pelos japoneses para retirar o sal da água e ainda gerar energia foram apresentadas em workshop sobre  o Desenvolvimento de Estruturas Oceânicas para Produção de Água e Energia e sobre a Produtividade em Estaleiros. O evento aconteceu no Estaleiro Atlântico Sul, no Complexo Industrial e Portuário de Suape, e foi restrito a funcionários do estaleiro e a professores da UFPE.
As soluções para tornar a água do mar própria para o consumo humano foram apresentadas por dois professores da Universidade de Tóquio. A visita a Pernambuco faz parte das missões nipônicas já programadas para desenvolver parcerias de pesquisas na área de água e meio ambiente, que serão objetos de estudo do L’acqua. Além da exposição dos japoneses, os participantes do evento puderam conhecer com mais detalhes como é feita a dessalinização hoje em Pernambuco. O caso de Fernando de Noronha, que retira do mar cerca de 60% da água que consome, foi exposto pelo diretor comercial da Compesa, Franklin Azoubel.
Até o final da próxima semana, os pesquisadores japoneses deverão se reunir com o diretor comercial da Compesa e com o professor da UFPE e coordenador do L’acqua por parte da universidade, Frederico Dias Nunes, para discutir a viabilidade da aplicação dessas tecnologias em Pernambuco. “É preciso realizar estudos de impacto ambiental e de viabilidade econômica para saber se temos condições de implementar essas tecnologias considerando nossa realidade”, pontuou o professor Frederico Nunes. “É certo que, se forem viáveis, precisaríamos captar fontes de financiamento para poder aplicar essas tecnologias em favor da melhoria do processo de dessalinização que já é feito hoje”, complementou o diretor Franklin Azoubel.
O L’acqua foi pensado para se tornar um laboratório de referência e será construído pela Compesa e pela UFPE no campus da universidade no Recife. A expectativa é que ele seja um ambiente de pesquisas e desenvolvimento de tecnologias que favoreçam a melhoria dos serviços prestados pela companhia à população. A partir dos estudos que serão feitos no centro, será possível encontrar soluções mais eficazes e menos onerosas para problemas como localização e contenção de vazamentos e mapeamento das redes de água e esgoto. No que diz respeito à qualidade da água, os estudos devem ser direcionados para a criação de novas metodologias, tecnologias e equipamentos de análises químicas, físicas e biológicas.
Além disso, no L’acqua, serão realizadas pesquisas que visem antecipar soluções para problemas futuros, como uma possível escassez de água de grandes proporções devido às mudanças climáticas. Desde setembro, pesquisadores japoneses interessados nesse projeto estão realizando visitas ao estado a fim de aprofundar as pesquisas na região do semi-árido, onde a carência hídrica é maior. Eles estão preocupados com questões ambientais que podem afetar aquele país e, por isso, estão trocando informações com a Compesa para saber como a empresa lida com a escassez de água no estado. Os nipônicos deverão prolongar esses estudos por, no mínimo, quatro anos.

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