Ministro sofre derrota na privatização da Eletrobras

A privatização da Eletrobras, em pauta desde agosto, ganhou mais um capítulo. Desta vez, com derrota para o ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, que encontrou o tempo como adversário. O processo agora deverá se dar através de um projeto de lei, e não mais de medida provisória (MP), o que poderá retardar a sanção do projeto a ponto de não ter mais tempo hábil para ser feito durante sua estada no ministério.
A Eletrobras já foi vista como a empresa mais valiosa dos anos 90, estando acima, inclusive, da Vale do Rio Doce e da Petrobras. Estima-se que a venda da empresa deva render aos cofres públicos, mais de R$ 12 bilhões. A iniciativa depende agora de tramitações mais burocráticas no Congresso Nacional para ser concretizada. A privatização estava prevista para ser concluída até o fim do primeiro semestre.
O ministro Fernando Filho perde espaço político se não conseguir emplacar aquela que seria a sua principal pauta de governo, além de ter sido desautorizado pelo presidente da República. De acordo com a assessoria do ministro, o auxiliar do presidente está “bastante otimista quanto à aprovação do projeto a tempo do seu desembarque da pasta, em março do ano que vem”.
Já o presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Chesf na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), o deputado estadual Lucas Ramos (PSB), comemorou a nova decisão. “É a primeira vitória do povo brasileiro na luta em defesa da Chesf: o presidente Michel Temer não aceitou a proposta açodada do ministro de Minas e Energia em vender o patrimônio dos brasileiros através de medida provisória”, assinalou.
Além das críticas à privatização do sistema da Eletrobras, Lucas Ramos também é um dos que desaprovam os caminhos tomados pelos Bezerra Coelho, ao tentar migrar para o PMDB. Apesar disso, os socialistas acreditam que a mudança de MP para projeto de lei significa a derrota do ministro, mas não da privatização. A principal crítica feita por eles é o provável aumento das contas de luz, caso todos os estágios de venda da empresa sejam concluídos.
Fonte: Blog da Folha