Em eleições recentes, IPEC não conseguiu cravar vitórias de candidatos no Brasil e em Pernambuco*

A máxima utilizada por cientistas políticos para exemplificar os dados de pesquisas eleitorais, de que são “retratos de momento”, nos últimos anos no Brasil, não vem se materializando. As últimas disputas entre candidatos mostram que resultados passaram longo do que detectaram os estudos. O principal exemplo, mas não o único, foi o levantamento preparado pelo Ibope, hoje IPEC, que apontava, no primeiro turno em 2018, o então candidato Jair Bolsonaro com 41% de intenção de votos, enquanto Fernando Haddad obtinha 25%. Com as urnas abertas, o resultado foi outro: o atual presidente conquistou 46,03% dos votos – além da margem de erro – e o petista, 29,28%.

No contexto pernambucano, a diferença entre as previsões das pesquisas e os resultados também demonstraram grande diferença. A que mais chamou atenção recentemente foi a eleição no Recife, em 2020. No segundo turno eleitoral, os institutos não conseguiram cravar quem sairia vitorioso na disputa entre os então candidatos João Campos e Marília Arraes. No estudo do Ibope às vésperas do returno, ambos os postulantes tinham 50% de chance de vencer. Abertas as urnas, o socialista venceu com 56,73%, uma diferença de mais de 6 pontos percentuais além do previsto pelo levantamento.

Antes, na eleição de 2016, o cenário de imprecisão também foi revelado, após as urnas se pronunciarem. Àquela época, a pesquisa Ibope previa vitória do então prefeito Geraldo Julio com 59% dos votos no segundo turno, enquanto seu adversário, o ex-prefeito João Paulo, possuía 41% de intenção. Quando os votos foram totalizados, o socialista venceu por 61,30% a 38,70%, além da margem de erro estipulada pelo instituto.