Homem estende faixa para pedir emprego na Agamenon Magalhães em Recife.

Cinco e meia da manhã é o horário que Gustavo José da Silva, motorista desempregado há cerca de um ano, sai de bicicleta da casa onde mora, no bairro do Coque, em direção à Avenida Agamenon Magalhães, onde o trânsito é intenso nos dias úteis, com o objetivo de encontrar um possível empregador. Na faixa que abre ao longo das manhãs enquanto o sinal está fechado, Gustavo anuncia sua disponibilidade para vagas de motorista ou ferreiro, e garante ter experiência e referências.

Com 43 anos, o homem conta que a ideia veio com a necessidade. “Eu não tinha mais onde colocar currículos. Já rodei a cidade inteira buscando alguma coisa”, lamenta Gustavo, que faz trabalhos temporários para se manter. “A faixa me ajudou a conseguir uns ‘bicos’. Já me ligaram para oferecer trabalhos temporários, aceitei, e algumas empresas entraram em contato para pedir currículo, mas até agora nada”. Ele é pai de um filho adolescente e duas crianças que hoje vivem com a ex-mulher. O desemprego veio depois da experiência fracassada de abrir um mercadinho. Não vingou. Depois disso, precisou voltar a morar com a mãe.

Gustavo, que também trabalhou como servente de ferreiro, conta que se interessou pelo ofício de motorista quando tirou sua primeira habilitação, há mais de 20 anos. “Antes, eu trabalhava como carroceiro. Depois dirigi para uma família em Boa Viagem e trabalhei para algumas transportadoras”, lembra. No anúncio, o homem anuncia possuir habilitação na categoria A/D, que o permite conduzir desde motocicletas até veículos de carga ou ônibus.

Segundo dados do IBGE, publicados no último trimestre, existem hoje no Brasil cerca de 11,1 milhões de pessoas desempregadas. O número é 22% maior (o que equivale a cerca de 2 milhões de pessoas) que os dados apresentados no período anterior, de outubro a dezembro de 2015. Em Pernambuco, 13,3% da população estava sem trabalhar no primeiro trimestre deste ano, dado que também cresceu em relação a 2015, quando a taxa era de 8,2%.

Fonte:Diário de Pernambuco