“A máfia me tirou do Milan”, revela ex-jogador nigeriano
O ex-zagueiro Taribo West, em entrevista, criou um enorme ‘burburinho’ dentro do mundo da bola. O nigeriano afirmou que a razão pela qual o mesmo saiu da Milan foi pelas pressões da máfia milanesa, supostamente irritada com um jogador negro que poderia ganhar as vagas dos ídolos Maldini e Costacurta. O atleta teve uma passagem apagada pelos Rossoneri em 2000, atuando em apenas 4 partidas. As declarações de West repercutiram e voltaram a levar a mídia assuntos raciais no esporte italiano.
Desde o início desta temporada europeia, este debate voltou com toda a força. Após o primeiro caso, quando a torcida do Cagliari proferiu cânticos racistas a Romelu Lukaku, atacante da Inter, a mídia e outros jogadores começaram a dar luz a essa triste realidade que acontece com relativa frequência na terra da Bota. O senegalês Demba Ba até disse que ‘gostaria que todos os negros saíssem da Itália’, em protesto.
Enquanto os ‘ultras’ da Nerazzurri tiveram a absurda atitude de atacar o próprio atleta e defender as organizadas do Cagliari, o mundo do futebol se uniu em prol da igualdade, com até mesmo o presidente da Fifa Gianni Infantino realizando um discurso apoiando a diversidade racial no The Best. Entretanto, este problema na Itália não é nada de novo, e já acontece faz muito tempo, não só no futebol mas também na sociedade.
Taribo West chegou ao futebol italiano pela porta da frente, credenciado por suas boas atuações no pequeno Auxerre, clube francês que conseguiu ir até as quartas-de-final da UEFA Champions League, na temporada 96-97. Depois de ser preterido na Internazionale, ele se transferiu ao rival Milan. Nos Rossoneri, jogou muito pouco, sempre lesionado. O problema é que, para o nigeriano, essas lesões não existiram. De acordo com West: “A máfia faria qualquer coisa para me tirar do Milan, eles disseram a imprensa que eu estava machucado. O departamento médico corroborou a história. Era mentira.”
Se West está certo ou não, provavelmente nunca saberemos. No entanto, não é segredo para ninguém que essas questões transcendem o esporte, se tornando uma questão de cidadania. É dever de cada um de nós flutar contra o racismo no dia-a-dia, aqui no Brasil, na Itália, em qualquer lugar. Afinal de contas, não é só futebol.