Bolsonaro inelegível

O ministro do TSE, Alexandre de Moraes, marcou para o próximo dia 22, a sessão que julgará o processo de inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro. Dentre as investigações estariam um suposto ataque ao sistema eleitoral após críticas do então presidente às urnas eletrônicas e um suposto abuso de poder econômico do então presidente, que tentava a reeleição, por ter feitos lives dentro do Palácio do Planalto.

Essas duas denúncias devem balizar o processo de cassação dos direitos políticos do ex-presidente por oito anos. Na capital federal, ninguém acredita que Bolsonaro terá outro destino, senão um julgamento duro do próprio TSE, que culmine na suspensão dos seus direitos políticos e consequentemente ficando fora das eleições de 2026 e de 2030.

A própria composição do TSE já sinaliza para um revés do ex-presidente, pois apenas André Mendonça e Kássio Nunes Marques, teriam votos favoráveis à manutenção dos direitos políticos de Bolsonaro, os demais do STF, Alexandre de Moraes e Carmem Lúcia dificilmente votariam por outro caminho que não a inelegibilidade de Bolsonaro. Ainda integram a corte quatro nomes que tiveram sua indicação avalizada por Lula: Benedito Gonçalves e Raul Azevedo, do STJ, e os advogados André Ramos Tavares e Floriano Azevedo, que assumiram recentemente o posto. Mas com um detalhe, André Mendonça ministro substituto, o que em tese sinaliza para seis votos contra Bolsonaro e apenas um a favor.

Caso se concretize a saída de Bolsonaro da disputa presidencial de 2026, sai de cena a maior liderança de direita da história recente do Brasil, com um forte viés popular. Bolsonaro foi eleito em 2018 contrariando todos os prognósticos, e por muito pouco não conquistou o segundo mandato, sendo derrotado por Lula. Com isso, abre-se o caminho para lideranças como os governadores Romeu Zema e Tarcísio Gomes de Freitas e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que podem defender o espólio eleitoral do ex-presidente.

 

Edmar Lyra