Surfista atacado por tubarão enfrenta duro recomeço: ‘Não consigo trabalhar’

Desempregado e com o auxílio-doença prestes a acabar, a primeira vítima de incidentes com tubarões em Pernambuco, em 2023, enfrenta a difícil missão de recomeçar a vida.

André Sthwart  Luiz Gomes da Silva, de 33 anos, é pai de 5 filhos e está desempregado e sem poder trabalhar por causa das sequelas que a mordida deixou em sua perna esquerda.

Em entrevista exclusiva ao Diario de Pernambuco, ele declarou que está com dificuldades para trabalhar.

“Eu não consigo trabalhar, porque a minha perna não fecha direito e o pé não sobe. Por isso, acho que não poderei mais voltar a trabalhar no meu antigo serviço, que é montador de estrutura metálica”, relata André.

Para voltar aos movimentos da perna, ele realiza sessões de fisioterapia de graça com estudantes que fazem o trabalho gratuitamente.

Incidente

André foi atacado na segunda-feira de Carnaval, na praia de Del Chifre.

Ele foi levado para o Hospital da Restauração (HR), no Recife, onde ficou internado por 10 dias.

André passou por uma cirurgia vascular que durou mais de cinco horas. A perna atingida foi a esquerda.

Apesar da gravidade dos ferimentos, ela não precisou ser amputada.

Ao se lembrar do incidente, André disse que estava em cima da prancha quando sentiu um forte impacto seguido de um choque.

“Pude ver o bicho tentando me puxar e dei um soco nele conseguindo afastar o animal, gritei pra um amigo que estava uns dois metros de mim que me ajudou a chegar na beira da praia, onde recebi rapidamente os primeiros socorros e depois disso a minha vida mudou completamente”, relembrou.

“As praias de Boa viagem e Piedade ainda tem placas alertando as pessoas ao risco de ataques de tubarões. Já em Olinda tem apenas três bandeiras chamando atenção para o risco”, alertou.

Embora gostemos do mar, devemos tomar cuidado até que o nosso governo faça alguma ação que realmente proteja as pessoas desse tipo de incidente.

Dados

André Luiz foi a 75ª vítima de ataque de tubarão em Pernambuco, desde 1992.

Pouco depois do ataque, dois jovens foram mordidos em dois incidentes consecutivos, em Jaboatão dos Guararapes.

Em 31 anos, foram 77 pessoas atacadas e 26 morreram em Pernambuco.